21/07/2014

Beba-me...

Depois que as cortinas se fecham
E as luzes se apagam
Apenas os bêbados e as meretrizes me esperam.
Ficam jogados nas cadeiras encardidas do teatro
Aplaudindo as pipocas suicidas
Que jazem pisoteadas pelos corredores.
Eles observam meus passos cansados pelo palco
Como se minha imagem fosse a tão esperada cena do espetáculo.
E eu me faço Prestigio!
Vestidos com meus trapos de ralé
Converto-me em sangue puro da noite
Eu sou a realeza da madrugada.
Conheço os segredos dos becos sem saída
E os sabores do remédio amargo engarrafado.
Digo o nome do garçom com um sussurro
E no meu copo vejo a dose do prazer de muitos.
E eles bebem no meu corpo...
Do meu corpo eles matam sua sede.
Sedentos, eles se embriagam do meu teor
E me sugam de joelhos implorando o sentir.
Eu me despejo em suas línguas...
Eles lutam pelo ultimo trago que trago em mim.

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