Eu
tenho um fraco por mentes em transtorno.
Me excita a
fragilidade que pode ser seduzida
A fragilidade
gosta de se vestir de carência
E a carência
gosta de se esconder no desespero...
Meus ouvidos se
embriagam de promessas de nunca mais
E a melancolia
das palavras sussurra como provocações aos meus sentidos.
Meus olhos se
perdem nos abismos da introspecção quando as retinas se apagam e as pupilas
dilatam interesse
Os suspiros, o
morder dos lábios, o torcer dos dedos...
Aqueles olhares
a esmo, as mudanças repentinas do pescoço, a incansável busca por socorro no
chão...
O silêncio... Ah
o silêncio...
Eu quase posso
ouvir o coração batendo os cacos enquanto vejo a veia pulsando na traqueia que
engole cordas vocais emudecidas.
A tristeza me
excita...
Eu não ofereço
apoio, nem soluções, nem carinhos que não resolvem nada.
O que ofereço é
um escape...
Uma chance de
sair dali e sentir a flor da pele o banal que excede aos sentimentos
sublimes.
Uma mente triste
transforma o corpo...
Aquele vazio
transbordando frustrações anestesia os sentidos antes do toque...
Os sentidos
anestesiados suplicam por inspirações...
E as inspirações
se fazem sentir com um absoluto prazer pouco degustado.
Uma mente triste
é o condimento secreto de um corpo com fome...
Eu gosto de
alimentar estes corpos abandonados pelos impulsos positivos do pensar.
E gosto de me
alimentar deles...
Gosto de usar o
contraste como ferramenta para consertar o que já funciona perfeitamente.
Toques suaves
com as mãos grossas...
Beijos gentis de
uma língua venenosa...
Sorrisos
discretos de mordidas invisíveis...
Movimentos
macios da força controlada...
Fome...
Sede...
Eu tenho um
fraco por mentes em transtorno
Eu tenho um
fraco por corpos abandonados.
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