05/11/2013

Pederasta!

A promiscuidade do meu olhar é notória à “gregos e troianos”.
Muito mais que Elas, Eles me desejam!
Mas a barba não me cativa. 
Eu prefiro as sedosas peles femininas no meu tato!
Ele ficava ali. Parado ao lado dos telefones, bem em frente ao aluguel de carrinhos.
Cabelos brancos, camisa xadrez, calça social. Não menos que cinquenta anos.
Ficava observando o corredor, esperando, desejando.
Na porta da esquerda; banheiro feminino.
Na porta da direita; banheiro masculino. Seu paraíso!
Ele aprecia os mais jovens. São mais potentes e menos resistentes as tuas propostas.
Quando os valores que ele oferece não encantam, ele entra e devora com o olhar.
Torce o pescoço, oferece ajuda salivando por um sim...
É o monstro do banheiro!
Corrompendo as mentes fragilizadas dos fracos e incapazes de negar.
Ou seduzindo os fetiches dos poucos envergonhados.
Eu passava por ali e o via.
Sabia quem ele era, o que era, o que queria.
No pior dia, ele também me notou.
Eu entrei e ele veio no meu encalço.
Fiquei bem no meio do corredor de mictórios e sem cerimônias e se posicionou no segundo mictório da esquerda.
A tensão na minha mente...
O tesão na mente dele...
Era possível sentir a penumbra do seu olhar e atraído por uma força invisível, olhei direto nos olhos dele.
Aqueles olhos sujos!
A oferta veio num sorriso e a recusa num olhar seco.
Tive certeza que ele havia compreendido, mas a vontade dele falava mais alto.
Começou a caminha para o mictório mais próximo e antes que pudesse dizer qualquer coisa, eu o fiz desistir.
“Espero que você tenha um bom plano de saúde!”
Ele parou, cogitou a firmeza das minhas palavras e entendeu a ameaça que sofrera.
Com passos duros, perfeitamente decepcionado, saiu do banheiro sem olhar para trás.
Eu o vi outras vezes ali e sei que ele me viu também.
O meu olhar sempre foi o mesmo e ele nunca mais se arriscou.
Mas continua lá, tentando com quem é tentado!
Nada contra, cada um faz o que faz, mas comigo não!

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