24/04/2014

Ninfomaniáca, o ensaio.


Frustrado!
Foi assim que eu fiquei ao descobrir que mais uma vez as minhas deusas viciadas no prazer foram tratadas como doentes e suas praticas foram associadas com o lado mais infeliz da vida.
Não tenho fama, nem posso comprovar meus argumentos, mas depois de ler alguns, resolvi fazer um ensaio.

Ensaio sobre uma ninfomaníaca.
Nós, seres humanos somos a única espécie, até onde eu sei, que transa.
Todos os outros animais copulam.
Só o ser humano, até onde eu sei, faz sexo por prazer.
Todos os outros animais fazem sexo para se reproduzirem.
Nós, seres humanos, preferimos o prazer do que a reprodução!
Tirando todas as políticas sociais e todos os “motivos” financeiros e de responsabilidade que são atribuídos a nós quando estamos grávidos, como é possível que uma pessoa prefira sentir um prazer momentâneo do que uma felicidade duradoura? Como uma pessoa pode escolher transar e não reproduzir?
Simples, a vida que vivemos não nos priva das políticas sociais e nem dos motivos.
E o prazer sexual é um prazer tão maravilhoso que é capaz de transformar nossas vidas cheias de políticas sociais e motivos!
Sexo é bom e é saudável!
Todo mundo sabe disso e todo mundo gosta de transar.
Se você pudesse escolher, quantas vezes gostaria de transar por semana?
No meu caso, a pergunta seria melhor se fosse quantas vezes eu gostaria de transar por dia.
Eu gosto de sexo, gosto de fazer, gosto de sentir, gosto da vibe toda.
E por mais “viciado” que eu seja em sexo, não me consideram um doente, nem um criminoso. Dizem apenas que sou homem e homem só pensa em sexo!
E é verdade, eu penso em sexo o tempo todo. Entre um pensamento e outro de assuntos diversos, sempre penso num peitinho, ou num oral, ou numa posição nova, ou numa gostosa que vi passar...
Sou um homem educado, sei me portar, não mexo com mulher na rua... mas sim, eu sou um tarado. Ou como dizem, sou homem.

Neste mundo atual em que é frequente as tentativas – que eu aprovo – de eliminar as diferenças entre homens e mulheres, qual o sentido de julgar negativamente uma mulher viciada em sexo?
Por que insistem em classificar uma ninfomaníaca como doente?
Não dizem que o preconceito é uma doença, mas existe algo mais absurdo do que rejeitar uma pessoa por conta da cor da pele?

Na minha opinião, uma ninfomaníaca é uma mulher que naturalmente e inconscientemente não se permitiu ser controlada sexualmente pelas regras machistas da nossa sociedade criadas por homens e mulheres.
E quando eu vejo um filme estampando o tema e usando o termo como nome e sendo tão absurdamente irreal, eu fico muito frustrado!
Muito!
Poderia ter sido um dos melhores filmes já criados na historia do cinema, mas foi um dos piores!
Mas quem sou eu pra dizer isso?
Sou só um homem, só mais um obsecado por seios, só um cara que adora transar. Não tenho qualquer tipo de credibilidade...
Mas já que fiquei frustrado e tenho este espaço para me expressar, achei que seria interessante compartilhar minha visão sobre as ninfomaníacas.

Elas não são mulheres para qualquer tipo de homem.
É mais do que certo que a classe masculina está deixando a desejar sexualmente falando.
Não considero isso o fim do mundo por saber que a maioria das mulheres não manja nada de sexo e se contentam com pouco.
Mas as ninfomaníacas, ah... essas não são fáceis de satisfazer.
E sim, é possível satisfazê-las. Elas são viciadas em sexo, mas ainda são seres humanos com as mesmas limitações que você e eu e seu vizinho...
Em algum momento elas precisam parar!

Sabe aquela comparação de que o homem é um micro-ondas e a mulher um forno a lenha? Aquela que tenta representar que o homem fica no ponto rápido, mas dura pouco e a mulher vai se aquecendo, mas dura bem mais?
Então, no caso da ninfomaníaca, cada uma é um vulcão!
A vida sexual inteira de uma ninfomaníaca é uma erupção.
E sabe o que um homem precisa para satisfazer uma ninfomaníaca?
Criatividade!
Nada mais.
O problema é que a maioria dos homens é muito ansioso e pouco criativo. Consideram que basta entrar e sair, gozar e dormir.
Esses não compreender que uma mulher viciada em sexo só vai parar quando não conseguir mais se mover e para isso é preciso deixá-las exaustas. Deixar elas se acabarem sozinhas, fazer aquela sequencia de preliminares, dar um talento...
Mas não fazem isso!
E é justamente por isso que as ninfomaníacas são recriminadas.

Se dentro da nossa sociedade os homens não dão conta do recado com tais mulheres e nem toda mulher é dotada de tanta “fome”, a sociedade inteira  tenta proteger seus homens e suas mulheres. Logo, classificam com negatividade as ninfomaníacas por serem frustrados e incapazes.
Se 60% da população feminina do mundo fosse ninfomaníaca e pelo menos 50% da população masculina fosse criativa na cama, o restante das mulheres seriam consideradas frigidas e o restante dos homens seriam considerados fracos.

Se imaginássemos nossa sociedade global sem qualquer um destes muitos freios sexuais que temos, tudo seria uma orgia e tudo seria absolutamente normal, certo?
Bem, o mundo já foi assim. Há muito tempo atrás, o mundo era uma orgia só.
Basta ir um pouco mais distante na historia e você vai encontrar a maior “putaria” nos reinos, impérios, exércitos... pra todo lado!
O que mudou foi que descobriram as doenças sexualmente transmissíveis, começaram a fazer o controle de natalidade e mais um monte de descobertas que somadas com a “desaprovação” divina pela luxuria deixou o mundo todo menos sexual.
Só que controlar não significa eliminar.

Então hoje, temos esse mundinho sem graça onde as pessoas correm o tempo todo, se enganam o tempo todo, fingem o tempo todo, se agridem o tempo todo, se apegam ao material e blá blá blá, mas não se sentem seguras em assumir suas vontades.
É isso que uma ninfomaníaca faz, ela assume sua vontade constante de sentir aquele prazer que todos nós gostamos de sentir, que você gostaria de sentir algumas vezes por semana e eu algumas vezes por dia.

Então se eu fosse fazer um filme pra falar do assunto, eu:
- Não apresentaria cenas de sexo. Todo mundo sabe o que é e como se faz sexo.
E isso deixaria o filme mais com um teor educativo do que pornográfico. Assim a censura seria menor, se houvesse alguma, e o filme não seria visto apenas por quem já possui comportamento e opiniões formadas. O que provavelmente poderia geral uma mudança nos conceitos sem sentido que existem hoje.

- Não faria qualquer tipo de associação com doenças ou vida marginal.
Pensem em quantas mulheres que sequer compreendem que são viciadas em sexo e vivem suas vidas limitadas e infelizes por se considerarem doentes.

- Levaria a narrativa e os diálogos por caminhos de puro prazer e satisfação.

- Criaria um cenário limitado em um momento da vida da mulher e não em toda a extensão do que ela viveu.

- Incluiria todas as normalidades de uma vida em sociedade para demonstrar que uma ninfomaníaca também vive.

- Deixaria bem claro que o interesse fundamental dela é sim sentir.

- Criaria as mais incríveis e variadas experiências sexuais para acabar com os conceitos de que o sexo só deve ser feito na cama.

- E depois de tê-la colocado em diversos corpos diferentes, apresentaria um personagem com quem ela se casaria, teria filhos e seria feliz plenamente, inclusive sexualmente. Pois eu sei muito bem que isso é possível.

Talvez não tivesse tanta bilheteria, mas posso garantir que uma ninfomaníaca aprovaria!

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