02/08/2014

Muitos desejos...

Eu hoje te encontraria na noite
Enforcaria a gravata no bolso
Esqueceria o paletó na cadeira do bar
E sairia assim... largado
Camisa fora da calça
Colarinho aberto e com cheiro de álcool.
Eu encontraria o endereço da tua janela
E sairia por ai dançando no meu passo embriagado
Eu seria o dono da rua.
Eu diria o teu nome no meio da noite
Na sombra da lua
Até você surgir linda atrás da cortina.
Eu te olharia com pálpebras pesadas
E te sorriria com toda a malicia que me escorresse dos lábios.
Eu não diria quase nada...
Deixaria as palavras afogadas num copo roubado.
Mas você ouviria as promiscuidades dos meus pensamentos...
Ah sim...
Hoje eu te seria O promiscuo!
E eu te tocaria de leve no inicio
Te iludiria.
Depois iria controlar seus músculos
Fazendo-os escravos dos meus movimentos.
Eu te daria ordens...
Tirem minha camisa
Toque meus ombros
Deseje o meu corpo...
Eu te ameaçaria com meu sinto
E te contaria das fronteiras que você adora atravessar
Eu te seria o outro lado de tudo... um mundo particular.
Então te deitaria nos lençóis do desejo
E beberia teus líquidos
Comeria tuas carnes
Chuparia teus ossos...
Eu te mataria essa noite.
Uma morte de prazer
Pra te fazer renascer amanhã com menos peso
E mais tempo...
O tempo!
Esse tempo que você vê sumir velozmente
Na contagem do agora...
Essa noite eu iria parar o tempo.
Caetano disse que “A gente não sabe o lugar certo de colocar o desejo”
Não sei você, mas eu sei...
Sei onde colocar
Sei de onde extrair
Sei fazer nascer...
Eu te desejo muitos desejos!

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